domingo, 28 de agosto de 2011

Sozinho por um dia.

Hoje acordei sozinho nessa cama vazia
E da janela consigo ver os carros que passam voraz
Tão sozinho, nesse dia errado
Queria eu que tudo tivesse mesmo acabado.

Eu te mandei ir mas não estava falando sério
Tive um sonho essa noite e a gente flutuava
Você pegava a minha mão
E sabe? A gente morria.

E eu nunca me senti tão morto estando vivo
A solidão, a solidão neste dia.
Neste dia de dor abusiva.
Quem dera fosse fantasia.

E eu nunca cometi um erro tão grande em toda a minha vida
Um erro, um erro que me matou em um só dia
Essas nuvens, elas não vem
É um dia solitário e é um dia quente.

Esqueça os desenhos animados
Nem sempre na tempestade a gente se sente mal e no sol tudo clareia
Estou queimando e morrendo
O mofo se tornou o meu cheiro.

Nesse dia tão solitário a gente não se vê
E sinceramente eu não to vendo ninguém
Tudo parece estar em câmera lenta
Ou estou louco ou isto é mesmo problema na ampulheta.

Mas ok, vou sobreviver
Na verdade, quem precisa de outro alguém?
Eu estou vivo e isto pelo menos é algo que vou me lembrar
A vida nem sempre precisa de alguém para amar.

Texto para o o 1° concurso "Interprete a música" do blog Apenas Uma Aprendiz.

sábado, 27 de agosto de 2011

Vai que...

Vai que eu esqueço de dobrar os lençóis
E a gente se dobra no chão da sala
Procurando um anzol
Pra pescar algum coração que ainda não amou.
Vai que chove e a gente sobe pro último andar
Vai que a lua chega e a gente se beija procurando o despertador...
Pra não esquecer de ir trabalhar,
Porque vai que a gente dorme e passa noites sob o luar.
Mas também vai que o sol chega
A gente se abraça molhado sob o chuveiro quebrado que só tem água gelada.
Vai que a música toca e a gente saracoteia sob a areia
Procurando sempre o sorriso que se encaixa em bocas perfeitas e imperfeitas.
Ou vai que a música para e a gente continua a dançar
Como insanos que não sabem a hora de acabar.
Vai que a gente corre pro tempo passar
E vai que a gente vá devagar só pra sentir o clima nos tocar.

domingo, 21 de agosto de 2011

Deslumbre

Nos seus olhos vejo imensidão
Vejo flores de dias quentes de verão
Vejo também em teus olhos, a pureza
O amor, a inteligência.

Vejo em tua boca
O melhor de todo mel
E quando teus cabelos voam, a favor do vento...
Sinto seu cheiro.

Seu sorriso chamativo
Que acalma meu coração
E tuas palavras carinhosas
Que se misturam numa linda canção.

domingo, 14 de agosto de 2011

Please.

Eu gosto de ficar sozinha, se não entende, apenas deixe-me.

Breve texto sobre como me sinto.

A areia parece incomodar-me. Assim como os cabelos que cobrem meu olho quando bate o vento. E bate o vento, e choca-se uma onda contra outra, elas quebram, oh meu Deus, elas quebram como dois corações. Como dois corações que correm desesperadamente ao encontro de sua alma e se chocam, e caem, se quebram. Meu coração está totalmente quebrado, como uma onda baby. Como a areia, as pessoas, me incomodam. O sol cansa, pois é repetitivo. Esse calor que me invade não se vai com a brisa que meu corpo recebe, o calor até parece vir de mim, é como se o sol me recebesse para um fim. Um fim de minha vida, não sei. Mas um fim de angústia, um fim de solidão. A natureza me quer como companheira; e só me resta isto agora. A água do mar encosta nos meus pés tão suados e sujos com essa areia, essa areia que agora parece todos os meus erros indo embora, indo embora nesse imenso mar. Para se perder, para se esquecer; mesmo que estejam presentes em minhas lembranças; minhas repugnantes lembranças. Ninguém. Exatamente nenhum ser nesse mundo tem algo a ver com isso e ninguém exatamente sabe o redemoinho de emoções que saltam de meu corpo, e que ao mesmo tempo estão presas, querem explorar todo esse mundo, mas estão limitadas a minha mente. Minha mente que se culpa, que se machuca em tristeza profunda. Em melancolia, em drama. A vida é um buraco com escadas; logo,nem deve ser um buraco. Dane-se. Só quero dizer que o a vida não é um buraco. E também não é um escada ao ar livre. É uma escuridão tremenda, mas tem uma saída. Sempre tem uma saída antes de nossos corações pararem de pulsar. Todas as minhas emoções serão libertadas algum dia? Eu sinceramente não sei. Talvez eu precise abrir esse espaço para elas passarem e se perderem no vento. Estranho, eu realmente iria gostar de narrar uma cena de choro incontrolável, mas não. Meus olhos estão secos; não há lágrimas, não há... Apenas deixo as palavras soarem como uma música que me toca calmamente.