quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Amor.

E tudo foi se modificando, nos cantos, nada no meio mudando
Foram criados contornos, enfeites, tudo em torno
Desse coração vagabundo que foi mofando.

Estava vidrado em outro coração
Que ao contrário do que eu tinha, estava perfumado, cheio de paixão
Mas não para mim.

E foi tudo amadurecendo, crescendo
Tanto nos cantos
Quanto infelizmente no meio que fica o amor.

E os caminhos foram tomando seu rumo
Alguns solitários, outros acompanhados
Peguei o primeiro caminho por destino?

Não interessa de onde vem
Para onde vai
Mas o amor quando está, insiste em permanecer.

Não interessa quantas bocas digam
Quantos olhos vejam e quantos ouvidos ouvem
Nem quem sente sabe ao certo o que é...
Esse laço que vem e não te larga nem quando você quer.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever.
- Clarice Lispector.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Combinados.

Então fica combinado assim: Você ai e eu aqui. Você sorrindo e eu chorando ou vice-versa. Você triste e eu feliz ou do avesso.
Então fica combinado assim: A gente pode se esbarrar pelas ruas, pelos cantos, pelos bares, pelos fundos da discoteca.
Então fica que a gente fica, se abraça, se ama, se esquece e enlouquece de saudade.
Então fica assim: A gente se olha, se recorda, quer repetir e o faz.
E a gente age por agir, no que der vontade, vamos embarcar a qualquer momento.
Então fica combinando que não vamos sofrer no mesmo tempo. Você derrama lágrimas por um período e eu esbanjo sorrisos. Ou viramos a ordem.
Vamos fazer assim também, a gente não troca telefone, não diz nome, nem endereço.
Nós vamos viver ao acaso do acaso.
Então fica combinado, que vamos dizer os lugares que freqüentamos. A gente não pode depender só do destino...
Mas, não, não vamos marcar encontros.
Então fica combinado que vamos cantar no chuveiro, gritar no meio da praia, pular os compromissos, pisar na rotina, cortar o caminho, andar descalço.
Então por fim, fica combinado que vamos esquecer os combinados.
Quando você parecer no meu sonho, eu já entendo que preciso de você. E ao contrário.
Vamos meu amor, vamos hoje ao relento.
Vamos se perder no vento...
Entrar no navio e se afogar em beijos.

domingo, 28 de agosto de 2011

Sozinho por um dia.

Hoje acordei sozinho nessa cama vazia
E da janela consigo ver os carros que passam voraz
Tão sozinho, nesse dia errado
Queria eu que tudo tivesse mesmo acabado.

Eu te mandei ir mas não estava falando sério
Tive um sonho essa noite e a gente flutuava
Você pegava a minha mão
E sabe? A gente morria.

E eu nunca me senti tão morto estando vivo
A solidão, a solidão neste dia.
Neste dia de dor abusiva.
Quem dera fosse fantasia.

E eu nunca cometi um erro tão grande em toda a minha vida
Um erro, um erro que me matou em um só dia
Essas nuvens, elas não vem
É um dia solitário e é um dia quente.

Esqueça os desenhos animados
Nem sempre na tempestade a gente se sente mal e no sol tudo clareia
Estou queimando e morrendo
O mofo se tornou o meu cheiro.

Nesse dia tão solitário a gente não se vê
E sinceramente eu não to vendo ninguém
Tudo parece estar em câmera lenta
Ou estou louco ou isto é mesmo problema na ampulheta.

Mas ok, vou sobreviver
Na verdade, quem precisa de outro alguém?
Eu estou vivo e isto pelo menos é algo que vou me lembrar
A vida nem sempre precisa de alguém para amar.

Texto para o o 1° concurso "Interprete a música" do blog Apenas Uma Aprendiz.

sábado, 27 de agosto de 2011

Vai que...

Vai que eu esqueço de dobrar os lençóis
E a gente se dobra no chão da sala
Procurando um anzol
Pra pescar algum coração que ainda não amou.
Vai que chove e a gente sobe pro último andar
Vai que a lua chega e a gente se beija procurando o despertador...
Pra não esquecer de ir trabalhar,
Porque vai que a gente dorme e passa noites sob o luar.
Mas também vai que o sol chega
A gente se abraça molhado sob o chuveiro quebrado que só tem água gelada.
Vai que a música toca e a gente saracoteia sob a areia
Procurando sempre o sorriso que se encaixa em bocas perfeitas e imperfeitas.
Ou vai que a música para e a gente continua a dançar
Como insanos que não sabem a hora de acabar.
Vai que a gente corre pro tempo passar
E vai que a gente vá devagar só pra sentir o clima nos tocar.

domingo, 21 de agosto de 2011

Deslumbre

Nos seus olhos vejo imensidão
Vejo flores de dias quentes de verão
Vejo também em teus olhos, a pureza
O amor, a inteligência.

Vejo em tua boca
O melhor de todo mel
E quando teus cabelos voam, a favor do vento...
Sinto seu cheiro.

Seu sorriso chamativo
Que acalma meu coração
E tuas palavras carinhosas
Que se misturam numa linda canção.

domingo, 14 de agosto de 2011

Please.

Eu gosto de ficar sozinha, se não entende, apenas deixe-me.

Breve texto sobre como me sinto.

A areia parece incomodar-me. Assim como os cabelos que cobrem meu olho quando bate o vento. E bate o vento, e choca-se uma onda contra outra, elas quebram, oh meu Deus, elas quebram como dois corações. Como dois corações que correm desesperadamente ao encontro de sua alma e se chocam, e caem, se quebram. Meu coração está totalmente quebrado, como uma onda baby. Como a areia, as pessoas, me incomodam. O sol cansa, pois é repetitivo. Esse calor que me invade não se vai com a brisa que meu corpo recebe, o calor até parece vir de mim, é como se o sol me recebesse para um fim. Um fim de minha vida, não sei. Mas um fim de angústia, um fim de solidão. A natureza me quer como companheira; e só me resta isto agora. A água do mar encosta nos meus pés tão suados e sujos com essa areia, essa areia que agora parece todos os meus erros indo embora, indo embora nesse imenso mar. Para se perder, para se esquecer; mesmo que estejam presentes em minhas lembranças; minhas repugnantes lembranças. Ninguém. Exatamente nenhum ser nesse mundo tem algo a ver com isso e ninguém exatamente sabe o redemoinho de emoções que saltam de meu corpo, e que ao mesmo tempo estão presas, querem explorar todo esse mundo, mas estão limitadas a minha mente. Minha mente que se culpa, que se machuca em tristeza profunda. Em melancolia, em drama. A vida é um buraco com escadas; logo,nem deve ser um buraco. Dane-se. Só quero dizer que o a vida não é um buraco. E também não é um escada ao ar livre. É uma escuridão tremenda, mas tem uma saída. Sempre tem uma saída antes de nossos corações pararem de pulsar. Todas as minhas emoções serão libertadas algum dia? Eu sinceramente não sei. Talvez eu precise abrir esse espaço para elas passarem e se perderem no vento. Estranho, eu realmente iria gostar de narrar uma cena de choro incontrolável, mas não. Meus olhos estão secos; não há lágrimas, não há... Apenas deixo as palavras soarem como uma música que me toca calmamente.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Válvula de escape

Em ruas vazias
Num frio enlouquecedor
Lá estava eu, pisando no molhado de minhas lágrimas.

A vida é mesmo algo fraco
Que se perde de um minuto para o outro
Que nasce de um minuto para o outro.

A morte: A escapatória
Uma válvula de escape eterna.
Uma onda para se afogar e estarei feliz (ou não).

Um drama? Ah claro.
Que ser não vive sem um, nem que seja momentâneo?
Uma vontade de morrer que geralmente dura uma noite.

Somos covardes meu caro.
Por querer fugir da vida como um rato foge do gato
Somos covardes meu caro, por não fazer.

Mas talvez eu esteja errada
Há tantos suicidas por aí.
Essa vontade de morrer, meu amigo, pode durar uma vida inteira.

A minha vontade de morrer dura sempre uma noite ou um dia
E após sua ida
Invade-me energia para aproveitar coisas mínimas que... Eu nunca mais teria se tivesse aproveitado a onda.

É só uma idéia que permanece em minha cabeça
A idéia de matar minha alma e renascer
Nem que eu faça isso trilhões de vezes.

Vou andar mais leve quando o vento levar a sujeira de minha alma.
Mas vou andar
Nem que no caminho haja pedras.

sábado, 23 de julho de 2011

Solidão

Hoje eu tive um sonho estranho
Voava entre o azul do céu
Esbarrava nos pássaros
E via, de repente, meu corpo jazido morto.
Era outro sonho
E eu acordava desesperado
Chorava pelos cantos
Olhava o retrato
Havia perdido meu amor.
E era outro sonho
Eu só estava deitado
Dormindo meio que acordado
Relembrando fatos
Amando apenas os meus guardanapos...
Para o poema rimar
E a água passar
Pelos cantos de minha casa
Tão solitária
Quanto seu dono
Tão abandonada
Quanto cachorros.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Capítulo 6 – O final... Ou Os finais.

O silêncio se fez presente.
Li em algum lugar que Fernando Pessoa também foi um poeta que possuía heterônimos, para quem não sabe os heterônimos são pessoas que habitam em uma pessoa só. Ao contrário de pseudônimo; que são vários nomes para uma mesma personalidade. Steves estava falando algo que eu não entendia muito bem ou não estava prestando atenção; começou vir em mente o que os meus outros EUS diriam sobre isso e o que fariam. Esse ato de ter várias personalidades é perfeito, é como se um pedaço seu fosse crescendo e se tornasse parte externa de ti, mesmo sendo parte de você. Algo complicado para quem nunca tentou. Iniciei mais uma vez um vídeo que só se passava na minha mente; com várias partes de mim tomando decisões e dialogando com o cara desconhecido ao meu lado.
Seria bom se a vida fosse assim nem que por cinco minutos do nosso dia, bom, ta aí algo que aconselho; você pode ter o que quiser na imaginação e pode imaginar tudo que faria se aquela parte; ás vezes ínfima, da sua personalidade, crescesse e tomasse seu “lugar” na sociedade. Pode rever situações usando seus vários EUS e definindo reações que cada pedaço seu tomaria.
Não há nada de mágico em ser você em várias pessoas; muitos podem dizer que é insanidade; quem sabe. Mas todo mundo tem seu lado louco, mesmo que tente esconder.
Sinceramente eu estava pensando em tudo e em coisa nenhuma. Tentei olhar tudo por outro ângulo e perceber o que quão ridículo; e engraçado ao mesmo tempo, as coisas aparentavam ser.
_Dafnee? – Steves interrompeu-me os pensamentos num rompante, mesmo que aparentemente sem perceber.
_Desculpe, o que você dizia?
_ A Jornada está ai.
A Jornada está aí... A vida está aí, as coisas não param e meu coração não está nem aí. Ele bate, é óbvio, mas ele parece seguir seu rumo de forma transcendente ao meu raciocínio. Intrínseco.

A imaginação de Dafnee
Heterônimo Um
_Steves, devo confessar a ti que mantive todos os meus sentimentos escondidos. Desde o primeiro momento que te vi meu coração sabia que havia encontrado o amor. Beije-me agora e seremos felizes até nossos corações pararem de pulsar.
Heterônimo Dois
_ Ah, sem essa carinha. Foi só uma viagem, relaxa. Pare de tentar encontrar sentido nisso, a vida é boa quando não há sentido para vivermos coisas boas. Te vejo em qualquer esquina por aí, ou não, tanto faz, mas foi bom.

Meu pensamento foi interrompido pelo barulho do carro que chegou para buscar Steves.
Por trás das cortinas...
Ele me deu um abraço quando seu tio chegou para buscá-lo. E pediu que esse me esperasse junto a ele o meu avô de consideração chegar. Trocamos os números de telefones e após a chegada de meu avô Antônio, descobrimos que as casas de nossos parentes ficam no mesmo bairro. Coincidência? Destino? Chame do nome que quiser, mas a nossa jornada não terminou. Nós vamos caminhar com nossas próprias pernas todos os dias, e quando minha mala de emoções tiver pesada, ele irá me ajudar e vice-versa... Mas vamos aproveitar enquanto a música não para.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Capítulo 5: O Ponto.

Os pássaros vão se aproximando enquanto estou sentada na calçada apreciando a paisagem. Steves ao meu lado; calado; o fim da viagem chegou e nós estamos parados em frente á rodivária. Seria tão bom se pudéssemos pausar, podendo dar play e como num vídeo; se repetindo até enjoarmos e ficarmos embriagados de bons momentos.
Chegamos à rodoviária trinta minutos atrás. Estamos agora como no início, cada um tem seu lado, seu caminho, sua vida, seu destino; e as lembranças são certas. O reencontro; não. Nada é certo quando se entra num ônibus. E as minhas lembranças com ônibus geralmente não são boas. São sempre lotados, suor por todo lado e música ruim.
Entretanto nessa viagem eu tive silêncio, poesia e Steves. Meu amigo de passagem. Meu livro nem fez falta perto de nossas conversas.
_É Dafnee... Será que vamos fazer como nos filmes? Sabe... Nós nos beijamos, passamos vinte anos lembrando um do outro e de uma hora para outra numa fila de mercado...
_Eu não gosto de ir ao mercado.
_Hahaha, você é hilária. Mas... Numa esquina, quem sabe, você me vê, ou te vejo; nos corremos e nos abraçamos e falaremos que nunca esquecemos um do outro. Depois eu descubro que você esta de casamento marcado e enfrentaremos essa batalha.
_Haha, ótimo Steves. Mas é por isso que não gosto de filmes. Sabe; os personagens são como nós, eu queria que fossem mais corajosos para nós encorajar a viver ao invés de esperar; e sabe, sendo como nós nos deixa mais certos de nossa constante dúvida sobre o que fazer, demoramos tanto tempo para fazermos o previsível. Impulso tem lá seu lado bom. E além disso, não estou vendo romance nessa viagem.
_Quando eu vi você... Não, to brincando! Haha, É verdade, não teve romantismo, YES, eu fui um otário.
_Ah para... Isso também é tão clichê. Você diz que foi otário e que não quis mostrar os sentimentos, e você dá a entender que os manteve em um saco preto fechado e quando percebeu que a estrada chegou ao fim para nós, você toma a incrível decisão de super herói e abraça a mocinha dizendo que foi justamente um otário e pergunta se tem chance.
_Vamos supor que seja isso... O que a mocinha responde?
_Isso vai depender muita da mocinha.
_ Suponha que a mocinha seja você.
_Ela dá um soco e sai correndo; esse cara é maluco.
_Hahahaha. Mesmo?

domingo, 17 de julho de 2011

Rascunho.

Sempre me perguntam o que me faz feliz. Porém não fazem de minha resposta realidade. Tudo bem.
Seria bem melhor se tu me perguntasse o que me faz triste e não fizesse de minha resposta a realidade.
Não precisa fazer esforço para arrancar o sorriso meu.
Basta não fazer nada para tirar-me o rio de lágrimas.
Dobrei os lençóis e refiz minhas malas. Eu vou sair de sua vida; desse quarto, do hotel, da cidade, do estado, do país.
Eu vou sair de você, mesmo que você não saia de mim.

sábado, 9 de julho de 2011

Capítulo 4 - Voar.

Nesse momento iniciei uma observação profunda sobre Steves. Ele tinha olhos claros,um mel metido a ficar verde no sol; pele morena, sorriso gentil e desconfiado.
_ O que faz aqui? – Questionei, finalmente.
_Converso com você.
_Não, você me entendeu. O que te trouxe aqui? O que você faz? Conte-me histórias.
Conte-me histórias...
Eu tenho apreço por isso, lembro-me da minha época de infância. Todos os primos preferiam brincar no sítio da minha avó, minha velha avó; e eu? Eu ia justamente por causa dela; somente por causa dela. Dona Vitória nunca me deixou sem histórias, umas mais fascinantes que outras, meus olhos brilhavam.
_Gosta de histórias, moça?
_Mais do que você pode imaginar.
_Na verdade eu posso imaginar muito.
_Mesmo?... Mas conte-me histórias – pedi mais uma vez.
_Ah Dafnee, eu vôo com os pés no chão. Tudo que eu quero é conhecer os pedaços desse planeta; perdoei-me, mas não quero conhecer o mundo todo; sabe, uma parte dele não é nada bonita e todos nós sabemos disso.
Voar com os pés no chão. Ele poderia recitar um texto gigantesco e aquela citação eu não iria esquecer; pois quero entender.
_Voar com os pés no chão? O que quer dizer?
_Não sei se consigo explicar; se você conhecer-me bem irá perceber que falo coisas assim... Voar com os pés no chão: ônibus, por exemplo; bom, eu estou voando para o mundo, entretanto estou em terra firme.
_ Hum... Mas você fala coisas "assim"... Assim como?
_Assim complexas, assim sem entendimento, sem noção, divagando.
_Sei...
Cogitei dizer “Que coincidência, sou assim por vezes; ou por completo. Haha. Está vendo?”
Não. Deixe ele descobrir, há pessoas que são como uma caixinha de surpresas; eu quero ser uma.
Desta vez.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Capítulo 3 - Receita.

"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades
para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz."

Clarice Lispector

Não interessa os motivos que tive para viajar. Só digo que foi a trabalho e se tornou algo mais especial do que imaginei. Steves se aproximou no segundo dia de viagem e disse-lhe o nome que eu nem cogitei perguntar. Tenho alergia a romances impossíveis. Como eu sei que é impossível? Bem, eu não sei. Sempre que leio um texto lindo de Clarice, que começa “Sonhe com o que você quiser...” me lembro do conceito que tenho de como essa mulher de alma clara e complicada (irônico, não?) sobreviveu. Creio que ela encarava a vida como metades. Sabe? Metades inteiras? Não, provavelmente não sabe. E eu também não sei explicar-lhe. Entretanto imagine um grande balde de água quente e outro de água fria, bom, você pode se jogar no frio e congelar, você pode se jogar no quente e se queimar. Clarice decidiu esperar o outro esfriar de forma que pudesse chegar perto, enquanto esperava escrevia sobre seu processo, sobre sua impaciência. Ao acabar, se jogou na água morna. E então você questiona “ O que fez com a fria?” bem, ela escreveu sobre a agonia de esperar esta água esquentar num dia frio. Lembro também que ela disse “... Porque você só tem uma vida”. E então eu completo com meu fracasso de poeta “... Porque você só tem uma vida... Nunca desperdice algo”
Querida Clarice, adoraria encaixar-se em teus conceitos e apoderar-me de tuas palavras e fazê-las real em meu ser. Como disse, “ Você só tem uma vida” e enquanto isso para alguns serve para fazer-lhe o que lhe der na telha, para outros como eu; isso significa possuir só uma chance; uma chance e seja lá o erro que cometer, ele será presente na sua lembrança. Queria ser Clarice, queria ser poeta e queria viver num mundo assim, onde as teias de aranha não atrapalham a visão. E se atrapalham, bem, ela sabe lhe dar com isto.
Queria um mundo onde a chuva e a noite são cenários de belas paisagens. Sim, eu acho que são realmente. Mas não quando você está andando perdida num rumo incerto. Quando os sonhos que você sonhou te derrubarem fazendo a sua imaginação ter pesadelos, saberá do que falo. Porém não pense nisso, não pense no amanhã, não pense não pense; não siga meu (mau) exemplo.
Ás vezes parte de sua vida pode estar perfeita enquanto a outra agoniza por socorro. Não há o completo perfeito. Há os pedaços, somente. Um “momento” perfeito. Um beijo, um abraço; que seja. Apenas pedaços pequenos que não podem ser rastejados por toda a sua vida. Ele acaba. O momento, o beijo, o abraço. Eles se vão. E mesmo que a lembrança lhe ajude, o seu presente altera tudo.
Eu não quero mais somente existir.
_Steves, o que a vida significa para você?
- Como?
_É isto mesmo, o que a vida significa para você?
_Bom, a vida para mim é um bolo gigante, se faltar algum ingrediente tudo pode ir por algo á baixo.
_A minha mãe inventava receita de bolos.
_Bom, na vida você também pode inventar sua receita. Só não desanime se o bolo murchar, sabe, existe outros ingredientes por ai, de melhores qualidades. Faça outro. E tenha paciência nisso.
_Engraçado falar em vida comparado a bolo. Sabe qual o seu erro? Não dá pra fazer outra vida.
_ Bem Dafnee, um dia a minha mãe esqueceu o fermento no bolo, bom, sabe o que ela fez? Desmontou e fez biscoitos. A gente talvez não saiba o que quer até o momento de errar. Os biscoitos soaram mais simpáticos que jogar o bolo fora.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Web série: A viagem. Cap 2 : O começo

Meu nome é Dafnee.
Eu vivo em outro mundo, sou uma estranha. Durmo em cima de um labirinto e acordo em cima da neve.
Ok; é só a fronha do meu travesseiro.
Mas...
Se eu fosse ao pé da letra isso significaria que durmo pensando no que vou fazer e acordo num frio que desisto de levantar. Todas as manhãs. Fico assim sem se mexer, sem tomar atitude. E volto a dormir a noite numa busca interminável pelo prêmio tão esperado ao fim do labirinto. Prêmio esse que não vou atrás. Essa é minha vida interior.
Porque na verdade mesmo sem querer levantar, é isso que faço.
As pessoas normalmente ficam confusas com o que digo, percebo por vezes o vácuo, e por mais vezes ainda o vácuo oculto. E então quando digo “Vácuo oculto” ninguém entende. Possa ser que não há mesmo um sentido para outros. Mas para mim, muitos detalhes são o centro. Vácuo = ficar sem resposta. Oculto = escondido. Vácuo oculto = uma reposta que está ali, escondida, com medo de mostrar as caras. Ficar sem reposta porque a outra pessoa tem medo de responder. E se você não entendeu, fique traquilo. Eu tenho mesmo a facilidade de embaraçar as coisas. Não é você que está certo, eu é que vivo errada.
Medo.
Aquele que não tem medo que se jogue de uma ponte. Não. Aquele que se jogar de uma ponte está fugindo de algo. Por medo. Todos aqueles que têm a capacidade de respirar tem medo de alguma coisa. É nisso que acredito, e tenho MEDO de vocês.
Vocês.
Vocês; pessoas, seres impulsivos, dissimulados, loucos por amor, malucos por dinheiro. Honestos demais, puros demais. Impuros demais, desonestos demais. Vocês, que circulam numa sociedade corrupta e cheia de paixão e ódio. Vocês que tem vários caminhos e endoidam de pensar em algo simples. Vocês; eu. Eu faço parte disso.
Fui a criancinha do papai por 20 anos. Sai de casa aos 20 e meio. Voltei aos 21. Não sou mais a criancinha.
Como vocês percebem, andar com as próprias pernas é só o ditado mais estúpido que eu conheço. E o que eu mais uso. “Preciso caminhar com as minhas próprias pernas”. Acredite, as pernas são o que você não terá óbice de levar. Difícil mesmo é caminhar com seu coração, com seu sentimento, com sua raiva, seu momento, seus dias de terror, seus dias mal humorados, sua irritação, o seu chefe em mente, o trabalho. As pernas ficam como pena perto da mala de problemas.
Ah claro, não pensem que sou uma vagabunda. Pelo o contrário, meus caros. Eu sou uma insana por estudos. E, estou cansada do que costumo mais apreciar.
Veja bem, me compreendam. Please.
Não é que não quero casar, ter filhos, fixar-me de vez no emprego e arrumar os alicerces de minha efêmera passagem por esse planeta chamado Terra.
É que quero explorar, quero viver mais. Viver; sabe? Viver mesmo.
Viver no dicionário “Ter vida. Existir. Durar, perdurar. Alimentar-se. Ter como meio de vida. Passar a vida. Dedicar-se inteiramente. Conviver.”
Ao pé da letra, ok.
Entretanto nem sempre “ao pé da letra” faz mais sentido.
Do que adianta existir, se você é imóvel?

terça-feira, 21 de junho de 2011

Web série: A viagem. Capítulo 1: Libertando-se

Era pra ser uma viagem muito longa; maçante, entediante. Tudo estava certo para dar errado. Pessoas soadas, ônibus lotado e minha (falsa) vontade de viajar.
Na verdade o que eu queria mesmo era sentar numa moto e ir sozinha até um ponto inalcançável. Mas baby, as coisas não me permitem fazer isso no momento e tive que ir assim mesmo, numa estrada esburacada para um passeio furado.
O céu estava claro, então pensei “Pelo menos isso” quando entrei no ônibus. Encarei momentaneamente as quatro pessoas que se sentavam a esquerda, eram pessoas parecidas. Talvez não fisicamente. Entretanto aqueles olhos cansados de alguém que vai trabalhar para botar alimento na boca nos filhos eram semelhantes. A tristeza oculta. A felicidade pra não chorar.
Sentei.
Aguardei assim como todos; os outros 17 passageiros entrarem.
“Droga” falei mais alto do que devia; quando percebi que havia esquecido o meu livro.
É; as coisas pareciam ficar piores.
O motorista deu partida e seguiu em frente. Eu era só mais uma estrela no céu. Eu era essa só mais uma bolacha no pacote.
Não sei. De uma hora para outra eu já estava deitada na poltrona e meus olhos lacrimejavam. Virei o rosto e elas desceram quando senti a mão de Steves me tocar. Agora eu sei o nome dele.
“Desculpe” – disse. “O cara do meu lado não me deixa dormir. Vi que aqui estava vazio e vim para cá. Você estava dormindo, não quis acordar. Se importa se eu ficar aqui?“
Eu sempre fui uma pessoa “esquentada” e a atitude de enxugar os meus olhos irritou-me por instantes. “ A graça está no ocasional”, disse-me Matheus uma vez. Vou embarcar nessa.
“Ok, pode ficar”
E essas palavras alteraram o contexto...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Selo - Era uma vez...

Rebeci o selo do blog felipesali.com à quase um mês. Como ele também disse em seu post "Eu vinha ignorando os selos que recebia, mas gostei desse"



selo "era uma vez" vem com as seguintes perguntas:

1) Era uma vez...
Uma menina confusa que descobriu uma confusão maior ainda nas palavras. E crio este, o segundo blog, para dividir a complexidade em um clima mais ameno (Ou não...)

2) Conte o que sonha para seu blog.
Criei o blog para treinar minha escrita e despejar nas pessoas o peso dos meus pensamentos. No momento, sonho em ganhar mais leitores.

3) Minha inspiração vem...
Do momento, das pessoas, da imaginação. E as vezes até da falta de inspiração...


4) Atualmente eu leio...

A menina que roubava livros, de Markus Zusak.

5) Agora indique esse selo para os blogs que mais admira.


Encatar-me Rios vazios. A hora da Vírgula e Apenas uma aprendiz.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Trecho de "A montanha e o Rio" e minha opinião.


Sumi. Pronunciei seu nome com ternura para o vento do mar. Sumi! O que sinto por você é uma mistura de milhões de pequenos sentimentos, um sem-número deles. Ah, Sumi, minha pobre menina.

As montanhas suspiram e o mar geme de dor
O coração de quem ama parte-se à noite
Apanhe os seus sapatos
Pois a viagem de mil quilômetros
Vai começar sob seus pés
Uma alma que anseia no sopé da montanha.



Um poema bastante irregular em termos de ritmo, forma e sonoridade. Uma atrocidade que vovô rasgaria em pedaços num rompante. Mas o poema me satisfez. Fiquei aliviado por ter conseguido me expressar daquele modo, e a sensação era a de ter tirado um peso do meu coração. No dia seguinte, ia esperá-la na beira da estrada e lhe entregaria o poema. Se ele não aparecesse, então seria no outro dia, ou no outro. O sol poderia se pôr para sempre e o mar poderia se aquietar de vez, mas estava determinado a entregar a ela aquele pedaço de fogo ardente que saiu de dentro de mim, do jeito como foi escrito, sem revisão, com todos os erros que pudesse ter, para lhe mostrar o fundo do meu coração naquele momento particular, e o horizonte das grandes esperanças que eu depositava nela.

A montanha e o rio
Autor: Da Chen.
Página 202.
De: Tan
Para: Sumi.

Minha opinião

Por acaso abri nesta página do livro, não o terminei de ler e fui devolver. Por algum motivo não o quis ler até o fim. Por algum motivo que desconheço. Quando li esta página achei incrível, sensacional, maravilhosa. Escrever com o único objeto de fazer seu sentimento ser transcrito. Isso ai, tirar uma foto de letras da sua mente.

E eu continuo viajado pra falar qualquer coisinha...
Um dia acabarei biruta?
Um dia acabarei sozinha?

Escreva seus pensamentos, por mais bobos que eles possam parecer. O que fiz ai em cima foi apenas um exemplo.
Há diferenças entre escrever somente com o lápis e, escrever com o lápis e uma borracha (e eu prefiro caneta...). Por acaso você apaga seus pensamentos assim tão facilmente? Que delirante o faz com tanta facilidade? É evidente a divergência que iria causar caso fosse conversar com um professor de português, de certo é a favor das regras que podem compor o poema. Não é que sou contra. É que prefiro amar errado, sorrir torto, chorar cegamente e odiar feliz. Mas o mundo está ai para ser questionado mesmo...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Trecho da conversa sobre amor com um amigo!


Amor é algo bonito
Mas não deixa de ter lágrimas...
Seja de felicidade, de tristeza
E focar na tristeza parece ser mais inusitado
Porque não importa como o mocinho e a mocinha se apaixonaram; e sim como se decepcionaram um com o outro.
Mas não, não tenho nada contra o amor.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Selos

Recebi um selo do lindo blog Encantar-me (entrem, é maravilhoso)


Respondarei as perguntas como a regra manda e escolherei 15 blogs para fazer o mesmo.
Nome: .Letícia Soares Santos
Uma música:Let it be - Beatles
Humor: Depede
Uma cor: Preto
Uma estação: Inverno
Como prefere viajar: Ônibus (mas não é uma preferência! Haha)
Um seriado: Glee
Frases ou palavras mais ditas por você: "Sério?" "Como assim?" "Explique" "Eu acho que seja isso...ou talvez não"
O que achou do selo: Criativo.


Os blogs que indico são:

http://www.horadavirgula.blogspot.com/
http://aindasomosjovens.blogspot.com/
http://ayumimiyashiro.blogspot.com/
http://tudoqueeutilounao.blogspot.com/
(Não escolhi 15, mas tá valendo rs)


O outro selo que recebi já faz um tempo, porém, está ai:

Este foi de http://www.felipesali.blogspot.com/


Meus indicados são os mesmos do outro selo.
Cinco melhores coisas de 2010:
1. Em 2010 eu criei este blog! E ele já está no terceiro selo em menos de três meses.
2. Comecei a TENTAR aprender violão (é um passo né rs)
3. Fiz novos amigos e fortaleci as amizades antigas.
4.Fui ver o meu melhor amigo pela primeira vez atuando.
5.Deixei ser tímida ao extremo. (embora a timidez ainda tome um grande pedaço de mim, não me toma por inteira)

Cinco expectativas para 2011.

Ah! Eu não crio expectativas, deixa tudo acontecer intensamente e inesperadamente. É bem melhor, evita frustações.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Parte 3 - O diário de Nicole

Hoje, mais uma noite de insônia, mais uma noite sem sonhos. Sem esperanças, sem vontade. E eu me senti bem. E eu me sinto mal. O meu amor ficou no vão entre suas palavras e minha imaginação. Não tem mais encanto enganar-me. Nunca teve encanto enganar-me. Mas eu achei que sim. A frustração veio depois de eu perceber que quem estava errada era eu. Cobrar amor assim... Que egoísmo! Não me decepcionei contigo. A razão por não estarmos juntos não é culpa minha, não é culpa sua. É o destino. E ele também não tem culpa.

Nos dias em que se passaram não vi Victor em lugar nenhum, as férias estão acabando, minha dor vai voltando, minha saudade aumentando. Embora não faça sentido, eu ainda sinto. Embora não queira sentir eu ainda falo e repito. Mas minha voz não é obrigada a pronunciar meus devaneios. Por tanto, calei-me diante de ti, calei-me diante do amor. Por enquanto.

Um texto de John Lennon

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer,só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação.
Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"

by:John Lennon


Pensei em colocar mais um de meus textos, mas resolvi mostrar algo diferente, algo muito bom e algo que sirva para refletir. Espero que tenham gostado.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O diário de Nicole - Parte 2

Lá estava ele mais uma vez de um lado para outro, e eu observando timidamente, no escuro. Não dava ver os detalhes mas eu senti a sua respiração e ouvi a força dos passos. Por mais que ele parasse, sua vontade era de andar, e eu não iria impedir, não agora. Deixa ele se cansar...
_ Então o que há de errado comigo?
O tom de sua voz era fraco e baixo e eu fiquei confusa quando ao destino da pergunta, até perceber que era comigo que ele falava. Só havia nós dois naquela praça, meu olho era tão fixo que não percebi anteriormente...
Então, seu problema é amar quem não te ama, sofrer e não perceber quem te quer. Fim. Sim, seria simples falar isso e foi o que eu pensei, mas respondi diferente.
_ Bem... Todos nós temos algo de errado, no momento não sei o que não tem de certo em você.
Os olhos dele tornam a começar um temporal, que menino sentimento, meu Deus! Eu não sabia o que dizer. Se ele soubesse, será que me abraçaria ou se afastaria? Ah, vai saber!
_ Você pode começar a me dizer do que se trata. Todos os nossos amigos se foram sem se despedir de nós, está tarde, não sei até que momento você pretende ficar aqui.
_Nicole... Eu gosto muito de uma garota, na verdade acho que estou apaixonado por ela! - Ele apontou para bem longe mostrando a casa de Ana.
_ Ah jura? Que se dane!Eu gosto de você e não te tenho. Tchau.
Sim senhores,assim mesmo que eu contei e sai andando.
O que ele fez? Não sei, não olhei pra trás. Só sei que ele ficou em silêncio.