terça-feira, 19 de julho de 2011

Capítulo 5: O Ponto.

Os pássaros vão se aproximando enquanto estou sentada na calçada apreciando a paisagem. Steves ao meu lado; calado; o fim da viagem chegou e nós estamos parados em frente á rodivária. Seria tão bom se pudéssemos pausar, podendo dar play e como num vídeo; se repetindo até enjoarmos e ficarmos embriagados de bons momentos.
Chegamos à rodoviária trinta minutos atrás. Estamos agora como no início, cada um tem seu lado, seu caminho, sua vida, seu destino; e as lembranças são certas. O reencontro; não. Nada é certo quando se entra num ônibus. E as minhas lembranças com ônibus geralmente não são boas. São sempre lotados, suor por todo lado e música ruim.
Entretanto nessa viagem eu tive silêncio, poesia e Steves. Meu amigo de passagem. Meu livro nem fez falta perto de nossas conversas.
_É Dafnee... Será que vamos fazer como nos filmes? Sabe... Nós nos beijamos, passamos vinte anos lembrando um do outro e de uma hora para outra numa fila de mercado...
_Eu não gosto de ir ao mercado.
_Hahaha, você é hilária. Mas... Numa esquina, quem sabe, você me vê, ou te vejo; nos corremos e nos abraçamos e falaremos que nunca esquecemos um do outro. Depois eu descubro que você esta de casamento marcado e enfrentaremos essa batalha.
_Haha, ótimo Steves. Mas é por isso que não gosto de filmes. Sabe; os personagens são como nós, eu queria que fossem mais corajosos para nós encorajar a viver ao invés de esperar; e sabe, sendo como nós nos deixa mais certos de nossa constante dúvida sobre o que fazer, demoramos tanto tempo para fazermos o previsível. Impulso tem lá seu lado bom. E além disso, não estou vendo romance nessa viagem.
_Quando eu vi você... Não, to brincando! Haha, É verdade, não teve romantismo, YES, eu fui um otário.
_Ah para... Isso também é tão clichê. Você diz que foi otário e que não quis mostrar os sentimentos, e você dá a entender que os manteve em um saco preto fechado e quando percebeu que a estrada chegou ao fim para nós, você toma a incrível decisão de super herói e abraça a mocinha dizendo que foi justamente um otário e pergunta se tem chance.
_Vamos supor que seja isso... O que a mocinha responde?
_Isso vai depender muita da mocinha.
_ Suponha que a mocinha seja você.
_Ela dá um soco e sai correndo; esse cara é maluco.
_Hahahaha. Mesmo?

2 comentários:

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